"Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e
sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade."
(Nietzsche)


segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Maldade-boa


A maldade...
Sim, a maldade!
Ação enlouquecedora que nos faz um pouco mais passionais em meio ao mergulho na racionalidade. Quem consegue descrevê-la pragmaticamente? Quem entende seus motivos? Quem a propaga?
Eu não sei responder!
Normalmente eu faria uma analogia ao que penso, citando pensamentos e pensadores.
Não hoje.
Não agora.
Hoje, eu enxerguei uma maldade diferente. Uma maldade simplória, que faz doer por ser benevolente.
Impossível? Não, perfeitamente plausível!
Pense comigo... procure um conceito para ela!
Não conseguiu ser objetivo? Não ficou satisfeito com o seu conceito? Adicionaria emendas ao seu conceito final? Como pode? Não sabe?
Tente um pouco mais... Vamos, se esforce!
Sim, somos meros conceitos deformados.
Daqueles que podem ser acrescidos a cada dia.
Dos que fogem ao senso-comum.
Dos que embriagam a alma, desordenam pensamentos, embaraçam o coração.
Já ouvi de um Canalha que adoro clichês. Penso não ser de todo verdade. Os uso, deveras! Mas por uma questão de praticidade... por muitas vezes não conseguir traduzir em palavras meus pensamentos.
Eu gostaria que enxergassem em mim um pouco mais que clichês!
Tenho encontrado ótimos blogs, feito parceiros, amigos... Mas sempre me dizem que não detectam a maldade aqui abordada. Que sou muito boazinha. E os digo, a maldade é um leque... uma lua mudando de fase... um rio contra as pedras... é preciso fugir de conceitos para entendê-la.
Não procure nas entrelinhas... procure desamarrar sua idéia-fixa-cega.
Espera que eu defina a maldade-boa? Não posso... não sei!
Posso contar um fato que ajudaria na compreensão:
Depois de muito tempo você reencontra alguém que já fez parte da sua vida. Tinha uma opinião formada sobre ele... jamais cogitou a possibilidade de uma nova aproximação. De fato, se reencontram... se redescobrem. E quando poderiam fazer outras coisas ditas casuais, preferem continuar conversando, ainda estarrecidos na descoberta de um alguém diferente. E caem as máscaras, os conceitos, as palavras... e se beijam. Fica, enquanto retorna para casa, aquela sensação de que é preciso mais tempo para entender a situação, para o conhecer um pouco mais... Afinal, quando um velho affair desperta um novo interesse não é por acaso... é por tato, FATO!
E onde está a maldade-boa? Não a vê? [risos]
Ela está na conversa inflamada, que queria falar outras coisas... e as fala por intermédio dessa sua sensualidade na oratória... e olho-no-olho se descreve, tentando mostrar que os conceitos são falhos... e respondendo perguntas retóricas do jeito que só a maldade é capaz. Sendo má querendo fazer o bem. Sendo boa fazendo o mal. No meio da conversa boba cravando espinhos, que podem ferir ou acalentar... Então, de volta ao seu mundo, lembra de alguém [meio-desconhecido] e se desconcerta. Sentindo falta de compreender o que confunde e, por isso mesmo, ficar confusa. Mesmo podendo e querendo, se recusa a comparar os alguéns... por serem diferentes e iguais ao mesmo tempo... por confundirem seus pensamentos por motivos diferentes, mas da mesma forma.
Eu poderia tentar traduzir essa maldade que me povoa. Já foi ruim... já foi cínica... já foi esnobe... já foi vã... já foi burra!
Hoje ela é boa, embriagante e envolvente.
Só para não fugir ao meu estilo, deixo Nietzsche falar por mim: Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.
Meu beijo envenenado de maldade-boa...
Sua e sempre sua,
Srta Emy.

4 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Maldade é... retirar as capas dos livros do Harry Potter, e colocá-las no marquês de Sade, nas livrarias.

Cadinho RoCo disse...

Ouvidos que não conseguem ouvir, olhos que não conseguem ver porque em nós existem partes que para serem percebidas, precisam de sensibilidade ida além sentidos. Esta conversa de ser alguém má boazinha é de uma maldade só mesmo capaz de ser assumida por uma iniciada.
Cadiho RoCo

Anna Soares disse...

eu nunca deixo de sentir um que de frio na espinha quando eu entro aqui.

Anna Oh! disse...

Ahhh, adorei a citação do Nietzsche no final! Acho q as maiores maldades são as que acontecem num contexto "bom", imprevisto; as maiores maldades são sinceras, irônicas, eu acho.

Bjusss