"Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e
sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade."
(Nietzsche)


segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A caixa

Quadrada.
Calma, não eu! A caixa.
Há quanto tempo venho garimpando essa vontade de abrir?
Medo.
De me ver refletida em cada lembrança... Olhando esses origames... Sentindo falta. Sim, falta de ser alguém que já não sou!
Ler cada cartão que eu devia ter queimado. Queimado junto com essa imensa saudade dele. É... as malvadas também amam!
Olhando para trás.
Sentindo o corpo quente dele me envolvendo na manhã de segunda-feira... Minha ex-super-perna-fantástica enroscada na dele. Hummm... Ouço-me dizer: me abraça mais um pouquinho! Sinto aquele cheiro de sexo bem feito. Minha mão habilidosa a percorrer cada palmo desse corpo que, apesar do tempo, consigo imaginar ao fechar meus olhos...
Aquela boca macia explorando meu lado menina... O maldito celular tocando... Minha incapacidade de deixá-lo ir embora... O sol entrando pela janela que já nem é minha!
Ainda bem.
Que já não acordo naquele quarto comprido. Que já não revejo as fotos por ele tiradas. Que já consigo viver sem seu beijo inebriante. Que minhas pernas não tremem ao vê-lo nem sinto essa angústia apertando meu coração.
Quem me dera!
Ser aquilo que você me diz ao telefone. Deletar essa caixa-surpresa. Tirar de mim essa fome de desejo. Arrancar da cabeça o que não me sai do coração.
Pena.
Eu poderia viver ao lado dele por toda a vida. Sim, eu poderia! Poderia passar horas o olhando dormir... com esse meu olhar parado... com esses meus dedos, tão bem, por ele domesticados.
Desisto.
Fecho a caixa.
Me procuro...
Cadê eu?!
Me visto.
Cadê minha máscara?!
Deixei na caixa a inocência de amar sem cobranças.
Me achei...
Malvada do coração de muitos. Bandida do potinho de mel derramado. Sonho de consumo de alguém que nem soube dar prazer. Amiga-amante-confidente-conselheira.
Indomável sensação de não ser de ninguém.
Eu...
Sempre sua...
A Srta Emy!

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