"Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e
sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade."
(Nietzsche)


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Vulgaridade

Hoje o post é em defesa própria!
Vulgar, eu?!
Ora, tenho um conceito diferente acerca da vulgaridade. E posso dizer, sem medo de me tornar hipócrita, que ESSE BLOG NÃO É VULGAR!
O que tem demais com a malvadinha loira que povoa esse blog? Nem! Não sou loira, não! Moreninha com sabor de pecado... Mas essa loira aí de cima foi presente de uma princesa amiga minha. Tenho certeza que dado com muito carinho e sem más intenções. A loira, antes de qualquer coisa traduz a ironia inerente... a sensualidade derramada... e uma quase inocência escondida.
Não venho aqui defender loiras ou morenas... nem espero que os comentários abordem esse assunto. Abordo aqui a vulgaridade que disseram transmitir esse cantinho.
Jonh Ruskin teoriza que "A essência da vulgaridade está na falta de sensibilidade." E, convenhamos que a falta de sensibilidade é um terrível defeito.
Shakespeare traduz exatamente meu pensamento ao preconizar o "Seja íntimo, mas nunca vulgar." Eu procuro essa intimidade cascateante a cada dia, e acredite, sem nenhuma intenção de ser vulgar!
Até Cervantes emplaca um: "Quem não sabe nada, seja ele senhor ou príncipe, deve ser incluído no número das pessoas vulgares." Então, Sabedores Do Que É Vulgaridade, vocês não entenderam nada de nada...
Me peguei pensando se meus crimes são vulgares. Pequenos-crimes-diários-malvados-inconsequentes. No entanto, em cada um deles existe uma pitada de humor que nem negro é! Humor para poucos e bons entendedores, que já devem ter entendido o título sarcástico do blog, bem como de minhas inocentes maldades. [Ironia?!] Wilde me responde com "Todo crime é vulgar, exatamente como toda vulgaridade é um crime." [Paradoxal!]
Carrego a vida como quem carrega um baú de ilusões, retirando uma delas a cada queda e substituindo-a por sorrisos... todos belos e desconcertantes.
Ser vulgar é passar na rua e aquele cara com ar de tarado soltar um "Ai delícia!"? Ou atravessar uma passarela lotada e desviar os olhares todos para mim? Usar roupas sensuais, mas com bom gosto e discrição, e ainda assim roubar a cena? Derreter marmanjos com um belo sorriso? Dizer o que penso com um olhar e receber em troca mil beijos?
Putz... pura intriga da oposição! Inveja dos que não têm a sensualidade inflamada de fazer nada e ser sexy!
Henrik Ibsen profere: "Finge ignorar os teus inimigos; não caias na vulgaridade de defender-te." Embora minha sinceridade estonteante não me deixe fingir e minha falta de inimigos não permita minha defesa. Sim, pois inimigos são estimulantes!


Vulgaridade, vulgaridade que me acossa.
Ah, compraram-me a cidade e o homem.
Faz-me ter a tua cólera sem nome:
já me cansa esta missão de rosa.


Vês o vulgar? Esse vulgar faz-me pena,
falta-me o ar e onde falta fico.
Quem me dera não compreender, mas não posso:
é a vulgaridade que me envenena.

(Alfonsina Storni)

Deixo meu inocente sorriso malvado acompanhado de uma piscadela...
Sua, sempre sua [e agora vulgar!]...
Srta Emy.




terça-feira, 9 de setembro de 2008

O Encontro




Eis que por força do acaso, ou quem sabe, por ironia do destino, encontrei pessoas especiais.
Pessoas que não me olham a carapaça.
Pessoas que exprimem uma espontaneidade contagiante.
Pessoas de sorriso fácil, mas nem por isso falso.
Pessoas que me proporcionaram momentos maravilhosos.
Eis que o acaso, ou quem dirá, o tal destino me presenteou com novas amizades.
Minha alma derrama contentamento e me vejo sorrir como há muito não conseguia.
Foi nessa simplicidade de encontro que surgiu o Malvada, Eu?!, não o blog... O Grupo!
E foram muitos: Uuuuuuiiiiiiii.....Canaaaalhaaaaa!!!
E as expressões, antes minhas, foram incorporadas instantaneamente. As histórias de vida contadas em minutos. As canalhices confidenciadas descarrilhando risadas desproporcionais.
Isso... encontrei as parêias, como dizemos por aqui!
O Malvada, Eu?! nasce com 6 integrantes. Acredite... seis que valem por mil! Prometendo malvadear pelo mundo afora...
Não estranhe se no final do post a autoria for de outra malvada. Apresentando:
  • Malvada Consciente

  • Malvada Cuscuz

  • Malvada Tiazinha
  • Malvada Cruzada de Perna

  • Malvada Estúpida

  • Malvada Senvergoinha --> a sua Srta Emy

Maiores informações serão dadas nos próximos posts. O porquê dos pseudônimos só nós sabemos! Aahauhauah... e, quem sabe, o canalha que tiver a sorte de descobrir!

Desse encontro surge, antes de qualquer coisa, uma amizade... um laço invisível que nos une. Já espero, ansiosamente, pela próxima reunião no Clube da Malvadxinha.
Aproveito o estupendo acontecimento para falar sobre amizade...

Malvada,


Quando você estiver triste...
Eu vou te deixar bebaça e te ajudar a planejar uma vingança contra o fdp que te deixou assim.

Quando você me olhar com desespero...
Eu vou enfiar o dedo na sua goela e te fazer pôr pra fora o que estiver te engasgando.

Quando você sorrir...
Eu vou saber que você finalmente deu uns "pega".

Quando você sentir medo...
Eu vou te chamar de patreca e tirar uma da sua cara sempre que tiver chance.

Quando você estiver preocupada...
Eu vou contar histórias horríveis sobre o quão pior você poderia estar, te mandando parar de choramingar.

Quando você estiver confusa...
Eu vou explicar pra você com palavras bem simples, porque eu sei o quanto você é burra.

Quando você estiver doente...
Fique bem longe de mim até se curar. Eu é que não quero pegar o que quer que você tenha!

Quando você cair...
Eu vou apontar pra você e me cagar de rir do seu desengonço.

Você me pergunta: "Por quê?"
Porque você é minha amiga!


Alguém já disse que A amizade nasce no momento em que uma pessoa diz para outra: “O quê? Você também? Pensei que eu fosse o único!” e que Amigo é aquela pessoa com quem nos atrevemos a ser o que somos verdadeiramente. Tim McGrew, acreditava que "Todos nós tomamos diferentes trilhas na vida; mas, não importa aonde vamos, aproveitamos um pouco de cada uma delas em toda parte. Eu concordo com Chaplin quando ele traduz:

"Durante a nossa vida: Conhecemos pessoas que vêm e que ficam, outras que vêm e passam. Existem aquelas que vêm, ficam e depois de algum tempo se vão. Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar..."

E é com o mesmo Chaplin que digo às Malvadas:

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha; é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso."

Encontrei cinco malvadas sozinhas para povoar minha solidão... Já tenho um pouco de cada uma e sempre deixo um pouco de mim.


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sobre beijos


Beijo
Um Beijo
Só preciso de um beijo
Mas não um beijo qualquer
Um beijo que comece devagar, num estalinho
Como aqueles que você gosta de me dar, ao redor, do lado da boca
Meio que provando um gosto, saboreando
Depois, te beijo gostoso, molhado
Com vontade
Explorando tua língua
Dessa vez, de verdade
Sem culpa, sem medo
Apenas beijo
Longa e demoradamente
Até sentir que você agora é minha
Até sentir que não foi só a tua pele que foi beijada
Nem tua boca apenas
Mas tua alma
Sim, quero te beijar longa e demoradamente
Até sentir que tua alma foi beijada
E que daí a vontade apareça, de forma natural
De querer beijar mais e mais
Até não existir mais eu
Nem você
Apenas nós, ligados por um beijo
Começando tudo com um beijo
Vivendo por um beijo
Desejando um beijo
Tua boca na minha
Teu olhar, agora embevecido
Já não se importa com nada
Apenas quer que não acabe mais
O beijo
Que começou de um estalinho
E se tornou carinho
Dentro do meu, seu coração...


[Chico Piancó Neto]

Jean Rostand já dizia que "Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido".
Cazuza definia: "Beijo é o fósforo aceso na palha seca do amor".
Acredito que não se possa definir a sensação de receber um bom beijo...
De imaginar como seria o beijo da boca desejada...
De sentir a textura e a umidade dos lábios...
De fechar os olhos para se entregar a uma única sensação...
Não sei!
Realmente não sei definir...
Mas deixo meu beijo envenenado de maldade boa...

Sua, sempre sua...
Srta. Emy.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pecados

"Todo o pecado é um tipo de mentira", dizia Lutero. Eu me pergunto: será mesmo?!
Será pecado acreditar que nas pessoas que me fizeram mal existe algo de bom?
Será pecado acreditar que elas não são falsas? Que tudo aquilo que disseram era sincero?
Será pecado não relembrar o passado para não sentir meu coração doer?
Será pecado olhar para trás e fingir que eu não sou mais nada daquilo que vejo?
Será pecado querer um pouco de paz na minha agonia diária?
Eu acho que cometi pecados homéricos!
Sim, devo ter pregado chiclete na cruz do Cristo!
Cometi muitas maldades. Conscientemente.
Machuquei pessoas que me amavam.
Conquistei paixões somente para vê-las partindo.
Despertei o desejo de muitos somente para massagear meu ego.
Meti o dedo na ferida dos que me provocaram.
Fiz pessoas se esforçarem para me agradar, quando eu sabia que de nada adiantaria.
Dei o número do meu celular e nunca atendi as ligações.
Já brinquei com a virilidade dos que me despertaram desejo. Simplesmente pela sádica vontade de vê-los me desejarem... quando eu não mais queria.
Eu já espanquei o coração de alguém especial. Já mesmo! Aquele cara bacana... aquele que é para casar, sabe? Sentindo a tristeza dele no olhar. Segurando as minhas lágrimas para me sentir má.
Eu já fiquei com caras comprometidos. Mesmo! Muitas vezes! E ainda os fiz terminarem o compromisso... só pelo sadismo de dispensar.
Eu desejo estar sozinha somente para não impor minha presença aos demais. Porque eu não sou uma pessoa boazinha!
Não!
Eu sou má!
Eu consigo atrair minhas presas com jogos infantis.
Conduzindo ao sofrimento lentamente.
Fazendo-os desejarem estar comigo mesmo que sofram.
Eu consigo ser fria e calculista como ninguém. Talvez com raras exceções!
Eu posso calcular estratégias mirabolantes que sempre vão dar certo. E em todas elas existe malícia, com uma certa dose de pensamentos maquiavélicos... com um desprendimento incrível.
Você deve está pensando: Louca! Sádica!
Eu me pergunto o porquê de tudo isso.
Um psicólogo diria que eu sofri traumas que deformaram alguma coisa na minha personalidade.
Aahuahauah...
Eu digo: Não se engane... eu consigo ser má! Mas nem por isso deixei de sofrer traumas. Ah, sofri muitos... continuo sofrendo.
O meu problema é outro!
Sabe quando você não entende como alguém foi capaz de machucar você tão impiedosamente? Pois é, eu queria entender isso!
Eu brinco de contar verdades nem tão verdadeiras... Ora, mas se nenhuma verdade é absoluta!
Cometi tantos pecados...
Foram grandes, pequenos, inoportunos, diários e alguns até sem querer!
O pior dos meus pecados foi um dia tentar deixar de ser Eu.
Oscar Wilde disse que "Não há outro pecado além da estupidez". Serei estúpida por pecar ou por tentar não pecar?
Depois, o mesmo Wilde disse que "Só há um pecado: ser tolo". Serei estúpida ou tola?
Prefiro definir segundo Ronye Pires em Pecado:

De um jardim de flores de perfume sutil
Pétalas ao chão no caminho ao infinito
Fruto proibido com sabor de pecado
Olhar de criança com sorriso bonito

Meu ódio e meu prazer
Meu ópio envenenado
Amor assim, cego e inevitável
Diferença pura entre certo e errado

Formas em curvas, cores em sonhos
Corpo perfeito com toque sublime
Redime minhas dores, mas não meus pecados
Correndo o risco cometo meu crime

Entrego-lhe minha alma e meu desejo
Meu ódio, meu tudo, minha dor
E como todo pecado é pecado
Espero calado o mais puro amor


Não, não, não! Não se engane... eu peco por mim. Doeria mais nas vítimas se eu parasse de pecar... Deixo em cada pecado, minha lembrança doce de uma mentira verdadeira.

Sua, sempre sua...
Srta Emy.